A PlanRadar fez uma análise do mercado e os impactos que a construção civil terá ao longo do ano de 2023, e setor poderá apresentar crescimento, principalmente com os investimentos e projetos sociais do governo.



Com o início de 2023, o setor de construção civil acompanha atentamente o desenvolvimento do mercado, a fim de conferir se a tendência de crescimento seguirá pelo terceiro ano seguido. Olhando para os últimos dois anos, dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que a construção civil cresceu 17,7% ante 8,2% da economia nacional. 


Para 2023, as projeções apontam crescimento de 2,5%, marcando o terceiro ano de crescimento. A projeção, no entanto, é inferior à de 2022, que teve um crescimento de 7%. Após dois anos de crescimento, mesmo com a pandemia, o setor de construção civil poderá ter uma desaceleração. Com a mudança de governo no Brasil em 2023, essa transição no cenário político e econômico pode impactar o setor, especialmente por questões fiscais. 


"A diminuição da renda das famílias e a situação financeira do país podem ser determinantes para a desaceleração do mercado de construção", aponta Henrique Bragança, Country Manager da PlanRadar no Brasil. 


Para o executivo, existe a necessidade de aumentar a participação da construção civil no PIB nacional, que sofreu queda no último ano, a fim de auxiliar no crescimento do país de forma sustentada. "Em outros países, a participação da construção civil no PIB é maior do que 7%. Ou seja, a construção é um fator determinante para o Brasil crescer e não faltam oportunidades para isso. Com isso, poderemos elaborar estratégias que funcionem a médio e longo prazo, gerando resultados positivos", destaca Henrique.


Programas sociais e geração de emprego podem reverter situação


Atualmente, programas sociais como Casa Verde Amarela e Minha Casa Minha Vida impactam diretamente a população de baixa renda e beneficiam ainda mais o setor. Investimentos em PPPs (Parcerias Público-Privadas) também terão forte presença no mercado durante o ano, conseguindo assim aumentar os investimentos.


"Para se ter uma dimensão do crescimento do investimento privado, em 2010, representou 57,3% do total em infraestrutura, já em 2021, saltou para 66,4%. Com esses dados podemos ver que essa é uma estratégia que traz bons resultados e fortalece o mercado de construção civil", comenta Henrique Bragança. 


Em outubro de 2022, o número de trabalhadores na construção civil chegou a 2,5 milhões, retomando o patamar do ano de 2015. No período de janeiro a outubro de 2022 foram registradas mais de 288 mil novas vagas no setor, sendo aproximadamente 42% delas no segmento de edificações.


Para Henrique Bragança, Country Manager da PlanRadar no Brasil, o cenário para 2023 ainda será de crescimento na geração de empregos, mas em um ritmo menor em relação ao ano anterior. "Os últimos anos tiveram bons resultados para o setor, mas é notável que os desafios que o mercado enfrentará no ano terão impacto principal na geração de empregos", destaca. 



Fonte: Terra.